A vida é para ser vivida
sem perguntar por quê.
Mas eu desvivo.
Pouco me importa
os passos póstumos
que caminho todos os dias.
Nunca chego a lugar nenhum,
mas vejo as lojas de roupas
e as confeitarias
com doces de chantilly.
Isso me basta
para passar as horas
que não passam nunca
no meu relógio
que não marca nada,
já que o tempo
está parado nas esquinas
com as pessoas
tristes de sempre.
Por enquanto,
uso meu guarda-chuva vermelho
para esconder minha cara.
É o que me resta fazer,
ficar em mim,
na ferida que não sara.
AAF – 16/06/2016 – 10h37
Nenhum comentário:
Postar um comentário