O esquecimento é palavra.
Palavra é o som de si mesmo.
O que o poeta se diz sozinho.
O que ele ouve em silêncio e torna poema.
Palavra ouvida na noite enquanto escreve.
Poeta e poema se parecem,
Por ser a mesma a urdidura.
Poeta e poema se amalgamam,
Para tornarem-se uma só pedra.
Ele diz a palavra que se ostenta.
Diz o silêncio ao reverso.
Palavra e poema se formam
Tanto para si quanto para o outro.
O outro ouve o poema e entende
Como se o tivesse escrito,
Pois poeta e poema se mostram
Claros como o dia,
Densos como a noite.
Palavra é som que dizemos
Por entre lábios cerrados.
Zumbem as palavras pelos poemas,
Costurados com fios de mel.
O poema se constrói com palavras
Colhidas na concha das mãos.
Bebe da água do poema
E mata tua sede, então.
TCRM – 4/07/2016 – 14h06
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