Fazer-se em si mesmo
esse poema
que se guarda no bolso
e depois se esquece.
Deixar que ali desapareça
com as palavras inertes
esse poema antigo
que atravessa o seu deserto.
Deixar-se beber
da água desse poema,
mas a poesia
não mata a sede de ninguém.
Então o poeta se retira
como se saísse de um teatro,
personagem de si mesmo
que não aceita o seu papel.
Na rua encontra consigo
e finge que não se vê
e assim escondido segue
sem saber para onde ir.
AAF – 6/07/2016 – 9h40
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