Te conheço como quem não eras.
Para isso, não terias de ser,
Senão o mesmo que sempre foste.
Não precisamos de espelhos para nos mirar.
Se não conhecêssemos nosso reflexo,
Pensaríamos sermos iguais.
As mãos de porcelana afagam a mais íntima lembrança
dos nossos rastros.
Somos apenas a nossa estatura.
Vestimos casacos, botas, xales, mantôs e atravessamos
a rua.
O poeta atravessa a rua.
O poema atravessa os sentidos.
O som atravessa o silêncio.
Ergue-te e anda.
Não te esqueças do teu paraíso.
TCRM – 11/07/2016 – 23h45
Nenhum comentário:
Postar um comentário