sexta-feira, 12 de agosto de 2016

1 Minha mão contém palavras que não escrevo (TCRM)


Minha mão contém palavras que não escrevo.
Quando penso nelas, elas se soltam –
Pássaros que não me atrevo a prender.

Cantam toda a vida, cercados de flores.
Eu que nem sussurro os seus nomes,
Eles que me dão as vozes que devo ter.

Posta-se ao meu lado o belo poema,
Adornado com sua própria beleza
E eu o contemplo, porque nunca o vi.
Ele vem e se senta como se me conhecesse.

Vê que belas palavras, ele me diz. Escreve.
Eu não consigo ouvi-lo, misturando-se
Sua voz aos sons da sala. Fecho os olhos
Para pinçar os versos que tremulam.

Vê, não deixarás de escrever.
Os versos te alcançam aonde vás.
Sigo-te por toda parte.
Sou o poema que mergulha em ti.


TCRM – 8/06/2016 – 22h32

Nenhum comentário:

Postar um comentário