Minha mão contém palavras que não escrevo.
Quando penso nelas, elas se soltam –
Pássaros que não me atrevo a prender.
Cantam toda a vida, cercados de flores.
Eu que nem sussurro os seus nomes,
Eles que me dão as vozes que devo ter.
Posta-se ao meu lado o belo poema,
Adornado com sua própria beleza
E eu o contemplo, porque nunca o vi.
Ele vem e se senta como se me conhecesse.
Vê que belas palavras, ele me diz. Escreve.
Eu não consigo ouvi-lo, misturando-se
Sua voz aos sons da sala. Fecho os olhos
Para pinçar os versos que tremulam.
Vê, não deixarás de escrever.
Os versos te alcançam aonde vás.
Sigo-te por toda parte.
Sou o poema que mergulha em ti.
TCRM – 8/06/2016 – 22h32
Nenhum comentário:
Postar um comentário