Decifrar o que não se sabe
por essa rara urdidura que a palavra tece
como se querer adivinhar
aquilo que nunca acontece.
Vive em mim um poema morto
e para mim é o bastante.
As palavras não bastam mais.
Minha boca costurada
diz bem o que quero dizer.
Sei apenas que são 8 horas da noite
e a mulher que espero
morreu em 1999.
Para mim é a mesma coisa
ir embora para casa
ou atravessar para o outro lado da rua.
AAF – 23/06/2016 – 12h34
Nenhum comentário:
Postar um comentário